04 janeiro, 2010

Bioma - Campos do Sul

Campos do Sul



Além de florestas tropicais, Pantanal, Cerrado e Caatinga, os Campos também fazem parte da paisagem brasileira. No sul do país, a vegetação é composta por campos limpos, as chamadas estepes úmidas.
De um modo geral, o campo limpo é destituído de árvores, com uma composição bastante uniforme e com arbustos espalhados e dispersos. O solo é revestido de gramíneas, subarbustos e ervas.
Entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, os Campos formados por gramíneas e leguminosas nativas se estendem como um tapete verde por uma região de mais de 200 mil km2. Nas encostas, esses campos tornam-se mais densos e ricos. Nessa região, com muita mata entremeada, as chuvas distribuem-se regularmente pelo ano todo e as baixas temperaturas reduzem os níveis de evaporação. Tais condições climáticas favorecem o crescimento de árvores.
Os Campos do Sul ocorrem no chamado "Pampa", uma região plana de vegetação aberta e de pequeno porte que se estende do Rio Grande do Sul para além das fronteiras com a Argentina e o Uruguai. São áreas planas, revestidas de gramíneas e outras plantas encontradas de forma escassa, como tufos de capim que atingem até um metro de altura.
Descendo ao litoral do Rio Grande do Sul, a paisagem é marcada pelos banhados, isto é, ecossistemas alagados com densa vegetação de juncos, gravatás e aguapés que criam um habitat ideal para uma grande variedade de animais como garças, marrecos, veados, onças-pintadas, lontras e capivaras. O banhado do Taim é o mais importante, devido à riqueza do solo. Tentativas extravagantes de drená-lo para uso agrícola foram definitivamente abandonadas a partir de 1979, quando a área transformou-se em estação ecológica. Mesmo assim, a ação de caçadores e o bombeamento das águas pelos fazendeiros das redondezas continuam a ameaçar o local.

Campos do Sul - Ameaças

O domínio das florestas e dos campos meridionais se estende desde o Rio Grande do Sul até parte dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo. O clima é ameno e o solo naturalmente fértil. A junção destes dois fatores favoreceu a colonização acelerada no último século, principalmente por imigrantes europeus e japoneses que alcançaram elevados índices de produtividade na região.
Devido à riqueza do solo, as áreas cultivadas do Sul se expandiram rapidamente sem um sistema adequado de preparo, resultando em erosão e outros problemas que se agravam progressivamente. Atualmente os campos, que já representaram 2,4% da cobertura vegetal do país, são amplamente utilizados para a produção de arroz, milho, trigo e soja, às vezes em associação com a criação de gado. A desatenção com o solo, entretanto, leva à desertificação, registrada em diferentes áreas do Rio Grande do Sul.
A criação de gado e ovelhas também faz parte da cultura local. Porém, repetindo o mesmo erro dos agricultores, o pastoreio está provocando a degradação do solo. Na época de estiagem, quando as pastagens secam, o mesmo número de animais continua a disputar áreas menores. Com o pasto quase desnudo, cresce a pressão sobre o solo que se abre em veios. Quando as chuvas recomeçam, as águas correm por essas depressões dando início ao processo de erosão. O fogo utilizado para eliminar restos de pastagens secas torna o solo ainda mais frágil.
Para expandir a área plantada, colonos alemães e italianos iniciaram, na primeira metade do século, a exploração indiscriminada de madeira. Árvores gigantescas e centenárias foram derrubadas e queimadas para dar lugar ao cultivo de milho, trigo e videira, principalmente. A mata das araucárias ou pinheiros-do-paraná, de porte alto e copa em forma de prato, estendia-se do sul de Minas Gerais e São Paulo até o Rio Grande do Sul, formando cerca de 100.000 km2 de matas de pinhais. Na sua sombra cresciam espécies como a imbuia, o cedro, a canela, entre outras.
Por mais de 100 anos a mata dos pinhais alimentou a indústria madeireira do sul. O pinho, madeira bastante popular na região, foi muito usado na construção de casas e móveis. Hoje restam apenas 2% da cobertura original da mata das araucárias. O que resta da vegetação original está confinado a áreas de conservação do estado.

Campos do Sul - Curiosidades

• Os campos do Rio Grande do Sul são denominados Pampa na região da Campanha.
• No Planalto gaúcho e catarinense os campos recebem o nome de Campos-de-Cima-da-Serra.
• A área total dos campos é de mais de 210 mil km2.
• A região coberta pelos campos sulinos apresenta clima subtropical, com temperaturas amenas e chuvas regulares, sem grande alteração durante o ano.
• A vegetação herbácea dos campos varia entre 10 e 50 cm de altura.
• A mata das araucárias ou pinheiros-do-paraná, de porte alto e copa em forma de prato, estendia-se do sul de Minas Gerais e São Paulo até o Rio Grande do Sul, formando cerca de 100.000 km2 de matas de pinhais.

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