04 janeiro, 2010

Bioma - Pantanal

Pantanal



O Pantanal é um dos mais valiosos patrimônios naturais do Brasil. Maior área úmida continental do planeta – com aproximadamente 210 mil km2, sendo que 140 mil km2 em território brasileiro, em parte dos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – o Pantanal destaca-se pela riqueza da fauna, onde dividem espaço 263 espécies de peixes, 122 espécies de mamíferos, 93 espécies de répteis, 1.132 espécies de borboletas e 656 espécies de aves. As chuvas fortes são comuns nesse bioma. Os terrenos, quase sempre planos, são alagados periodicamente por inúmeros corixos e vazantes entremeados de lagoas e leques aluviais. Na época das cheias estes corpos comunicam-se e mesclam-se com as águas do Rio Paraguai, renovando e fertilizando a região.
O equilíbrio desse ecossistema depende, basicamente, do fluxo de entrada e saída de enchentes que, por sua vez, está diretamente ligado à pluviosidade regional.
De forma geral, as chuvas ocorrem com maior freqüência nas cabeceiras dos rios que deságuam na planície. Com o início do trimestre chuvoso nas regiões altas (a partir de novembro), sobe o nível de água dos rios, provocando as enchentes.
O mesmo ocorre paralelamente com o Rio Paraguai, não havendo como escoar toda a água acumulada. As águas se espalham e cobrem, continuamente, vastas extensões em busca de uma saída natural, que só é encontrada centenas de quilômetros adiante, no encontro com o Rio Paraná, que deságua no Rio da Prata e este, no Oceano Atlântico, fora do território brasileiro. As cheias chegam a cobrir até 2/3 da área pantaneira.
A partir de maio inicia-se a "vazante" e as águas começam a baixar lentamente. Quando o terreno volta a secar permanece, sobre a superfície, uma fina mistura de areia, restos de animais e vegetais, sementes e húmus, propiciando grande fertilidade ao solo.
A natureza repete, anualmente, o espetáculo das cheias, proporcionando ao Pantanal a renovação da fauna e flora local. Esse enorme volume de água, que praticamente cobre a região pantaneira, forma um verdadeiro mar de água doce onde milhares de peixes proliferam. Peixes pequenos servem de alimento a espécies maiores ou a aves e animais.
Quando o período da vazante começa, uma grande quantidade de peixes fica retida em lagoas ou baías, não conseguindo retornar aos rios. Durante meses, aves e animais carnívoros (jacarés, ariranhas e outros) têm, portanto, um farto banquete à sua disposição.
As águas continuam baixando mais e mais e nas lagoas, agora bem rasas, peixes como o dourado, pacu e traíra podem ser apanhados com as mãos pelos homens. Aves grandes e pequenas são vistas planando sobre as águas, formando um espetáculo de grande beleza.

Pantanal - Ameaças

Embora boa parte da região continue inexplorada, muitas ameaças surgem em decorrência do interesse econômico que existe sobre essa área. A situação começou a se agravar nos últimos 20 anos, sobretudo pela introdução de pastagens artificiais e pela exploração das áreas de mata. O Pantanal tem passado por transformações lentas, mas significativas, nas últimas décadas. O avanço das populações e o crescimento das cidades são uma ameaça constante. A ocupação desordenada das regiões mais altas, onde nasce a maioria dos rios, é o risco mais grave.
A agricultura indiscriminada está provocando a erosão do solo, além de contaminá-lo com o uso excessivo de agrotóxicos. O resultado da destruição do solo é o assoreamento dos rios (bloqueio por terra), fenômeno que tem mudado a vida na região. Áreas que antes ficavam alagadas nas cheias e completamente secas quando as chuvas paravam, agora ficam permanentemente sob as águas. Também causaram grande impacto, nos últimos anos, o garimpo, a construção de hidrelétricas, o turismo desorganizado e a caça, empreendida principalmente por ex-peões que, sem trabalho, passaram a integrar verdadeiras quadrilhas de caçadores de couro.
Depois de 1989 o risco de um desequilíbrio total do ecossistema pantaneiro ficou mais próximo de se tornar uma triste realidade. A razão dessa ameaça era o megaprojeto de construção de uma hidrovia de mais de 3.400 km nos rios Paraguai (o principal curso de água do Pantanal) e Paraná - ligando Cáceres, no Mato Grosso, a Nova Palmira, no Uruguai. Apesar de o Governo ter abandonado a idéia de alterar (com a construção de diques e trabalhos de dragagem) o percurso do Rio Paraguai, a navegação ainda apresenta riscos. A degradação das matas ciliares, barrancos, meandros e leito do rio, em conseqüência da forma como a navegação está sendo executada atualmente, exigem medidas imediatas de recuperação e regulamentação das embarcações e de controle de tráfego.

Pantanal - Curiosidades

• A maior cobra do Pantanal é a sucuri amarela. Mede até 4,5 metros e se alimenta de peixes, aves e pequenos mamíferos.
• Tuiuiú, ave-símbolo do Pantanal, tem mais de 2 metros de envergadura com as asas abertas.
• O jacaré do Pantanal mede até 2,5 metros de comprimento, alimentando-se principalmente de peixes.
• O maior peixe do Pantanal é o jaú, um bagre gigante que chega a 1,5 metro de comprimento, pesando até 120 quilos.
• O Pantanal apresenta grande diversidade de espécies de plantas superiores, como árvores e arbustos (1.647 espécies) e alta diversidade de fauna: 263 espécies de peixes, 122 espécies de mamíferos, 93 espécies de répteis, 1.132 espécies de borboletas e 656 espécies de aves.
• As cheias anuais dos rios da região atingem cerca de 80% do Pantanal e transformam a região em um impressionante lençol d'água, afastando parte da população rural que migra temporariamente para as cidades ou vilas.
• O Pantanal atrai cerca de 700 mil turistas por ano, 65% dos quais são pescadores.
• Os 210 mil quilômetros quadrados do Pantanal equivalem à soma das áreas de quatro países europeus – Bélgica, Suíça, Portugal e Holanda.
• A onça pintada do Pantanal chega a pesar 150 quilos, alimentando-se de aproximadamente 85 espécies de animais que vivem na região.
• O Pantanal brasileiro tem 144.294 km2 de planície alagável, 61,9% dos quais (89.318 km2) no Mato Grosso do Sul, e 38,1% (54.976 km2) em Mato Grosso.
• O bioma do Pantanal foi reconhecido em 2000 como Reserva da Biosfera. Essas reservas, declaradas pela Unesco, são instrumentos de gestão e manejo sustentável integrados que permanecem sob a jurisdição dos países nos quais estão localizadas.
• O reduzido desnível da região produz a inundação periódica do Pantanal. Além disso, o relevo faz com que o Rio Paraguai ande bem devagar. Uma canoa à deriva no rio demoraria cerca de seis meses para atravessar o Pantanal.
• A cada 24 horas, cerca de 178 bilhões de litros de água entram na planície pantaneira.
• Existem mais espécies de aves no Pantanal (656 espécies) do que na América do Norte (cerca de 500) e mais espécies de peixes do que na Europa (263 no Pantanal contra aproximadamente 200 em rios europeus).

Nenhum comentário:

Postar um comentário