04 janeiro, 2010

Bioma - Amazônia

Amazônia







Na Amazônia vivem e se reproduzem mais de um terço das espécies existentes no planeta. Ela é um gigante tropical de 4,1 milhões de km2. Porém, apesar dessa riqueza, o ecossistema local é frágil. A floresta vive do seu próprio material orgânico, em meio a um ambiente úmido, com chuvas abundantes. A menor imprudência pode causar danos irreversíveis ao seu equilíbrio delicado.
A floresta abriga 2.500 espécies de árvores (um terço da madeira tropical do planeta) e 30 mil das 100 mil espécies de plantas que existem em toda a América Latina. Desta forma, o uso dos recursos florestais pode ser estratégico para o desenvolvimento da região. As estimativas de estoque indicam um valor não inferior a 60 bilhões de metros cúbicos de madeira em tora de valor comercial, o que coloca a região como detentora da maior reserva de madeira tropical do mundo.
A Amazônia é, também, a principal fonte de madeira de florestas nativas do Brasil. O setor florestal contribuiu com 15% a 20% dos Produtos Interno Bruto (PIB) dos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia.
Os insetos estão presentes em todos os estratos da floresta. Os animais rastejadores, os anfíbios e aqueles com capacidade para subir em locais íngremes exploram os níveis baixos e médios. Os locais mais altos são explorados por beija-flores, araras, papagaios e periquitos à procura de frutas, brotos e castanhas. Os tucanos, voadores de curta distância, exploram as árvores altas. O nível intermediário é habitado por jacus, gaviões, corujas e centenas de pequenas aves. No extrato terrestre estão os jabutis, cotias, pacas, antas etc. Os mamíferos aproveitam a produtividade sazonal dos alimentos, como os frutos caídos das árvores. Esses animais, por sua vez, servem de alimentos para grandes felinos e cobras de grande porte.
Mais do que uma floresta, a Amazônia é também o mundo das águas onde os cursos d’água se comunicam e sazonalmente sofrem a ação das marés. A bacia amazônica - a maior bacia hidrográfica do mundo com 1.100 afluentes - cobre uma extensão aproximada de 6 milhões de km2. Seu principal rio, o Amazonas, corta a região para desaguar no Oceano Atlântico, lançando no mar, a cada segundo, cerca de 175 milhões de litros de água. A Amazônia é, de fato, uma região vasta e rica em recursos naturais: tem grandes estoques de madeira, borracha, castanha, peixe, minérios e outros, com baixa densidade demográfica (2 habitantes por km2) e crescente urbanização. Sua riqueza cultural inclui o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar esses recursos sem esgotá-los nem destruir o habitat natural. No entanto, a região apresenta índices socioeconômicos muito baixos, enfrenta obstáculos geográficos e de falta de infra-estrutura e de tecnologia que elevam o custo da exploração.

Amazônia - Ameaças

A luta pela preservação da floresta

Aclamado como o país de maior diversidade biológica do mundo, o Brasil tem sua riqueza natural sob constante ameaça. Um exemplo dessa situação é o desmatamento anual da Amazônia, que cresceu 34% de 1992 a 1994. A taxa anual, que era de pouco mais de 11.000 km2 em 1991, ficou em 16.926 km2 em 1999 conforme dados oficiais. A atividade agrícola de forma não-sustentável e a extração madeireira continuam sendo os maiores problemas. A extração tende a aumentar na medida em que os estoques da Ásia se esgotam.
Nas últimas décadas, enfrenta também ameaças de desmatamento, queimadas, conversão de terras para a agricultura, com novos assentamentos sendo feitos em áreas ainda preservadas, além de obras viárias e outras de grande porte, como barragens e usinas.
O Governo, em relatório elaborado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos - ligada à Presidência da República - reconhece que 80% da produção madeireira da Amazônia provêm da exploração ilegal. Existem 22 madeireiras estrangeiras conhecidas em operação na região e há pouca fiscalização sobre sua produção e área de exploração.
O desperdício da madeira, que gira entre 60% e 70%, agrava ainda mais a situação. A intenção do governo de desenvolver megaprojetos de infra-estrutura para a Amazônia, causando degradação ambiental sem trazer benefícios para os habitantes da região, também não contribui para a situação.
Embora o Brasil tenha uma das mais modernas legislações ambientais do mundo, ela não tem sido suficiente para bloquear a devastação da floresta. Os problemas mais graves são a insuficiência de pessoal dedicado à fiscalização, as dificuldades em monitorar extensas áreas de difícil acesso, a fraca administração das áreas protegidas e a falta de envolvimento das populações locais. Solucionar essa situação depende da forma pela qual os fatores político, econômico, social e ambiental serão articulados.
Muitos imigrantes foram estimulados a se instalar na região, levando com eles métodos agrícolas impróprios para a Amazônia. A produtividade da terra diminui significativamente após três anos de plantio, forçando os pequenos agricultores a se mudarem para outras áreas de colonização no interior da mata ou em outras cidades onde o ciclo de desmatamento, queima e cultivo, bem como a degradação do solo, se repete.
A ocupação da região amazônica começou a se intensificar na década de 40, quando o Governo passou a estimular, através de incentivos fiscais, a implantação de projetos agropecuários na área. Com isso, as queimadas e o desmatamento tornaram-se cada vez mais freqüentes. Esse processo de ocupação já teria levado à eliminação de 550 mil km2 de floresta. Todavia, as pesquisas e a prática demonstraram que a exploração sustentável da floresta na Amazônia é uma atividade mais rentável e que gera mais empregos do que outras que tem sido priorizadas pelo governo, como a agropecuária.
No entanto, o Governo brasileiro tem tratado a questão da Amazônia de forma setorial, sem levar em conta o fator ambiental e sem utilizar a informação gerada por seus próprios técnicos. É o que acontece com seu programa "Avança Brasil", que ignora a definição de áreas prioritárias a serem conservadas em estudo coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente.
Outra forma de destruição tem sido os alagamentos para a implantação de usinas hidrelétricas. É o caso da Usina de Balbina, ao norte de Manaus. A baixíssima relação entre a área alagada e a potência elétrica instalada tornou-se um exemplo de inviabilidade econômica e ecológica em todo o mundo. A atividade mineradora também trouxe graves conseqüências ambientais, como a erosão do solo e a contaminação dos rios com mercúrio.
Mais de 12% da área original da Floresta Amazônica já foram destruídos devido a políticas governamentais inadequadas, modelos inapropriados de ocupação do solo, aliados à pressão econômica, que levou a uma ocupação desorganizada e ao uso não-sustentável dos recursos naturais. Segundo estimativas oficiais, até 2020 a Amazônia terá perdido 25% de sua cobertura nativa.

Amazônia – Curiosidades



• A vazão do Amazonas corresponde a 20% da vazão conjunta de todos os rios da terra.
• O maior peixe de água doce do mundo é encontrado no Amazonas. Trata-se do pirarucu, que atinge até 2,5 metros de comprimento, pesando 250 quilos.
• Aproximadamente 15% da floresta amazônica original já foi destruída e o Governo estima que esse percentual chegue a 25% até 2020.
• O Parque Nacional do Jaú, criado em 1986, é o terceiro maior parque de floresta tropical do mundo, com área total superior à do estado de Sergipe (22.720 km2).
• Os métodos tradicionais de extração de madeira causam grande desperdício de árvores com valor comercial para cada árvore extraída. O manejo florestal reduz a perda em quase 50%.
• A regeneração da floresta é mais rápida nas áreas manejadas; há evidências de que o manejo reduz pela metade o tempo necessário para uma segunda extração em florestas já exploradas.
• A vitória-régia (victoria amazonica) é um dos símbolos da Amazônia. Algumas chegam a medir 2 metros de diâmetro.
• O maior animal da Amazônia é o peixe-boi, que pode atingir o peso de meia tonelada, com 3 metros de comprimento.
• A sucuri da Amazônia chega a medir 10 metros de comprimento.
• Em comparação com os demais biomas brasileiros, a Amazônia é o que detém o maior número de áreas de proteção integral (26) e também o maior percentual de florestas oficialmente protegidas (3,2% da área total do bioma). No entanto, apenas 0,38% da área dos parques e reservas hoje existentes na Amazônia está minimamente protegida de fato, pois não foram implementados ou encontram-se muito próximos a cidades.

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