07 março, 2010

"CPI" confirma que impacto de asteroide matou dinos

"CPI" confirma que impacto de asteroide matou dinos

Comitê de 41 especialistas descarta vulcanismo como explicação mais provável.
Grupo examinou 20 anos de evidências, vindas de várias disciplinas; colisão ocorreu na época certa, ao contrário do que alegavam os "céticos".

Alguns dizem que eles morreram por serem burros demais, outros que eles se afogaram no próprio esterco. Mas a verdadeira razão pela qual os dinossauros se extinguiram, 65,5 milhões de anos atrás, foi agora ratificada: uma colisão de um gigantesco cometa ou asteroide com a Terra.
Uma extensa investigação realizada por um painel de 41 especialistas do mundo inteiro -uma espécie de "CPI" sobre o assunto- concluiu que a hipótese do impacto extraterrestre é a única que sobrevive ao escrutínio científico.
Os cientistas revisaram mais de 20 anos de evidências de várias disciplinas científicas. Descobriram que a única concorrente séria para a hipótese do impacto -uma série de erupções vulcânicas que aconteceram na mesma época e levantaram o platô do Decã, na Índia- não era capaz de dar conta do sumiço dos dinos e de metade das espécies que compartilhavam o planeta com eles.
As erupções do Decã não teriam liberado gás venenoso o suficiente por um período longo o suficiente para causar a extinção em massa.
"Se você combina todas as evidências, elas pendem fortemente em favor de uma colisão gigante de asteroide", disse Jo Morgan, cientista do Imperial College de Londres. Ela é coautora do estudo, publicado ontem no periódico "Science".
Ela continuou: "O prego final no caixão dos dinossauros aconteceu quando o material do impacto foi ejetado em alta velocidade na atmosfera. Isso cobriu o planeta em trevas e causou um inverno global". A fotossíntese teria sido interrompida e os dinossauros teriam morrido de fome.
A teoria de que o impacto de um bólido celeste matou os dinossauros data dos anos 1980, quando o físico Luis Alvarez e seu filho, o geólogo Walter Alvarez, acharam uma camada de irídio, um elemento químico raro, em sedimentos formados 65,5 milhões de anos atrás.
A mesma camada de irídio -hoje conhecida como barreira K-T (Cretáceo-Terciário)- foi encontrada em mais de cem sítios no mundo. Como asteroides são ricos em irídio, isso sugeria uma colisão que espalhara destroços por todo o planeta. Além disso, fósseis abaixo da barreira K-T sugeriam uma abundância de espécies, enquanto os fósseis acima dela sugeriam extinção em massa.
Alguns anos mais tarde, geólogos na península de Yucatán, no México, descobriram anomalias gravitacionais e magnéticas que denunciavam a existência de uma cratera de 200 km no litoral. Estudos posteriores sugeriram que a chamada cratera de Chicxulub foi resultado da colisão com um bólido de 10 km de diâmetro.
Céticos como Gerta Keller, da Universidade de Princeton, sugeriam que o impacto de Chicxulub ocorrera 300 mil anos antes da extinção em massa e, portanto, não poderia ter sido a causa da extinção. O novo estudo, porém, confirma que a data da colisão é perfeita para explicar o cataclismo.

Fonte: Folha de São Paulo - 06/03/2010

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